História do Coral


Coro Santo Antônio. Maria Lucília esta à frente dos coralistas. Campanha, 1958.
IMAGEM: Acervo da Prefeitura Mun. da Campanha.

O Coro Santo Antônio foi criado em 13 de junho de 1957 com o objetivo de prestigiar, musicalmente, as festividades da Semana Santa da cidade de Campanha. O conjunto musical teve, entre seus fundadores, como mestra e ensaiadora, a musicista Maria Ilza Musa Pompeu. Em época desconhecida, o grupo de coralistas foi rebatizado com o nome de Coral Campanhense, em homenagem à sua terra natal. Acredita-se que a mudança do nome esteja ligada ao fato do conjunto musical ter começado a cantar também em eventos cívicos da cidade e festas, não sendo mais um coral exclusivo de celebrações religiosas. Com o desenrolar das décadas passou a incluir, em sua coleção musical, canções do folclore brasileiro e internacional.

Na década de 1960 assumiu a regência do Coral Campanhense o então tenor Ruy Espírito Santo de Vilhena. A partir de então, o coral iniciou os trabalhos em cerimônias de casamento. O sucesso do grupo de coralistas Campanhense era tamanho que, além de participar de importantes eventos musicais, também foram condecorados. Até o ano de 1976, obteve o primeiro lugar no Festival de Música Sacra de Marília, em São Paulo; primeiro lugar na promoção da Música Sacra de Botafogo, no Rio de Janeiro; foi destaque na Programação Especial da TV Tupi, em São Paulo; sendo destaque também no 3º Festival de Inverno em Santa Luzia (ARS MEDIA, 1976).

Quanto à sua participação nos Encontros de Corais da Campanha, o jornal dos Lagos de 1984 registra a participação dele, mais os Corais Cambuquira e Vozes de Euterpe, de Brazópolis, que foram acompanhados pelo Conjunto de Câmara da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais. O evento ocorreu no interior da Catedral de Santo Antônio (JORNAL DOS LAGOS, 1984). Até o final da década de 1980 o grupo de vozes campanhense já havia se apresentado em diversos municípios mineiros como Brazópolis, Cambuquira; Três Pontas, Três Corações, São Lourenço, Baependi, Belo Horizonte e Varginha, quando foi convidado para participar do Encontro Estadual de Corais, além de cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1986 participou do Encontro de Corais em São Luiz do Maranhão, como representante do Estado de Minas Gerais. Seu prestígio era tanto que foi convidado, à época, pelo Monsenhor Pablo Colino, Maestro da Capela e responsável pela Basílica de São Pedro, para cantar na Grande Missa Solene, celebrada por João Paulo II (JORNAL, 1989).

A década de 1990 se revelou mais uma época de muitas emoções para o Coral. No ano de 1994 o conjunto de vozes participou do encontro nacional de corais ocorrido em Campo Grande. Em 1996,o grupo foi agraciado com o troféu DESTAQUE DO ANO pelo “Jornal de Domingo” de Varginha, como a revelação do ano. O Regente Ruy Vilhena recebeu um Diploma e uma Placa de Prata, alusivos à homenagem. Ainda neste mesmo ano, o Coral lançou o seu primeiro Compact Disc, gravado em 1995, e composto por 12 peças de músicas sacras, eruditas e barrocas que teve bastante a receptividade além de elogios (FOLHA CAMPANHENSE, 1997).

Nos anos 2000, as atividades musicais tradicionais da cidade de Campanha - MG passaram a ser descritas e documentadas pela etnomusicóloga Dra. Suzel Ana Reily, pesquisadora da Queen's University of Belfast. Parte da pesquisa se encontra disponível no endereço eletrônico (www.qub.ac.uk/sa-old/resources/HolyWeek/index.html) podendo ser acessada em inglês ou português. A contribuição do Coral Campanhense à Semana Santa Campanhense pode ser conhecida pelo link citado. Em 10 de janeiro de 2012, segundo o decreto número 5280/2012, o Coral Campanhense foi registrado como bem de natureza imaterial do município de Campanha - MG.

Desde dezembro de 2015, a coordenação de ensaios e estudos vocais tem sido exercida por Eduardo Bonetti, havendo inserção de novas peças ao repertório do grupo e o resgate de arranjos tradicionais do coral já, a muito, não executados. Entre o início de 2007 e junho 2017, a regência esteve a cargo de Sandra Regina Lemes Araújo. Sandra foi professora de música e aluna de Maria Ilza Musa Pompeu. Sandra pediu afastamento das atividades do grupo para se dedicar a compromissos pessoais. Entre os anos de 2017 e 2019, o coral contou com a a regência compartilhada entre Félix Gonçalves e Marco Antônio Arantes Dias. Félix é irmão de coralistas do grupo e foi maestro da banda de oficias da Escola de Sargento das Armas (EsSA) em Três Corações. Marco é coralista, a mais de 20 anos e, também, se dedica a atividades na Corporação Musical Walter Sales.

No ano de 2018, iniciou um programa de capacitação técnica envolvendo Saúde Vocal e Rotina de Estudos direcionado a seus associados. Essa parceria com o Maestro Thiago de Morais e com o Coral Allegro Cantante resultou em um Concerto Comemorativo do 61° aniversário de fundação do grupo, com apoio da prefeitura municipal da Campanha, e, um Recital Natalino; ambos os eventos, inéditos, promovidos pelo Coral Campanhense em parceria com o Coral Allegro Cantante e Sonnar Coral e Orquestra, de caráter gratuito, público, ocorrendo nas cidades de Campanha, com reapresentação do Recital Natalino na cidade de Paraguaçu-MG. Ainda em 2018, o Coral Campanhense foi contemplado pelo Fundo Estadual de Cultura, porém não conseguiu concretizar o projeto que teria execução em 2019.

Em 2019, o coral promoveu uma serie de 8 (oito) concertos natalinos nos bairros da cidade, com o objetivo de divulgar o canto coral, promover a aproximação da cidade com as suas práticas e convidar o público em geral para participar do grupo. Essas atividades foram custeadas pelos integrantes do coral. Em 2020, com o advento da pandemia do SARS-COVID-19 (Coronavírus), o coral passou a se adaptar às novas exigências deste tempo. Mesmo com as limitações, reuniu-se online para estudos e aprimoramento. Passando a contar com a regência do Maestro Claudemir José Rodrigues, que semanalmente sai de São Gonçalo do Sapucaí para acompanhar o grupo, o grupo publicou em redes sociais um vídeo gravado por seus membros, cada um em sua casa, cantando a música que abrilhantou o casamento dos Duques Kate e William, Stand By Me. 

Em 2020, em comemoração aos 63 anos de existência do grupo, organizou e abrilhantou o mês de dezembro com uma “live” que demonstrou a evolução do grupo, a partir dos projetos de aprimoramento técnico e vocal desenvolvido nos últimos anos. Foi mais de 1h de músicas e o grupo apresentou com máscaras, não demonstrando dificuldade nenhuma com isso. A "live" teve parceria com a Paróquia de Santo Antônio, com participação do Cônego Bruno Cesar Dias Graciano e do Maestro e Tenor convidado Tiago de Moraes. Ainda em 2020, foi contemplado pelo Fundo Estadual de Cultura com o Projeto de digitalização e organização do acervo para execução em 2021.

No início de 2021, com a ocupação do espaço da Escola de Música pela Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, até então ocupado para os ensaios semanais, o Coral passou a ensaiar no Salão Paroquial, gentilmente cedido pelo Cônego Bruno Cesar Dias Graciano. Em maio de 2021 passou a contar com o espaço de ensaios e preparação na Casa de Cultura, cedida pelo senhor Alfredo Jefferson de Oliveira, revezando com o Salão Paroquial. Pois, o espaço do Salão Paroquial passou a ser ocupado, novamente, com a catequese.

Hoje, o coral é composto por 30 membros, entre coralistas, iniciantes, acompanhantes e regentes, e mantém a tradição de se apresentar em eventos públicos como festivais de corais, religiosos como semanas santas, "lives", além de privados como casamentos e bodas matrimoniais.

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